A mulher queria
trepar de qualquer jeito, mas o homem não tinha dinheiro suficiente para pagar
a trepada dela. A noite estava muito bonita, tinha um homem morto lá no meio da
avenida e uma criança pedindo comida num restaurante. O homem sentou na calçada
e tentou abraçá-la com amor. Ela recusou. Ele abriu a carteira. Ela sorriu. Mas
o maldito não tinha o dinheiro. Uma festa no outro lado da avenida estava
rolando, e os adolescentes estavam todos felizes. Era tão bonito olhar aqueles
jovens viajando como se fosse em um conto de fadas, acho que a noite pra eles
era verdadeiramente como vê estrelas na imensidão coberta de neblina.
Fonte da Imagem: https://exame.abril.com.br/ciencia/boeing-adia-teste-tripulado-de-sua-nave-espacial-para-2019/ |
A mulher se levantou
e saiu com passos lentos à direção do homem que tinha deixado de ser homem para
ser o corpo de um homem. Ao chegar diante dele, ela pôs a mão em sua carteira e
tinha duas notas de cinquenta reais. Foi tão gostoso que ela gozou ali mesmo, e
nem lembrou mais do homem vivo que não tinha o dinheiro suficiente. Foi embora
e nem percebeu que aquela carteira era de um homem que tinha feito a mais bela
viagem para a eternidade.
A madrugada começou
a se aproximar, o sereno da noite começou a esfriar o corpo da mulher dos cem
reais. Ela precisava se aquecer. Uma viatura fazia ronda, mas os faróis estavam
apagados e não conseguiu ver o corpo do homem da avenida. Uma saia pequena,
umas pernas bonitas, uns seios bem decotados – a mulher era atraente! Os
policiais eram homens gentis e deram carona a ela pra protegê-la do frio da
madrugada.
Google Imagens |
Coitada dela! Quando
o sol nasceu estava tão quente que o seu corpo ficou todo bronzeado. A
madrugada é bela e a mulher nem sabe se é fria ou quente. O homem na calçada
continua sentado com o seu amor querendo abraçá-la. A viatura às vezes para
defronte ao bar e troca uma ideia com os jovens viajantes. E alguém continua
voando no voo dois mil e alguma coisa.
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