Existe um jardim no olhar de cada
ofendido e humilhado. As flores têm espinhos e essência. E quando um jardim é
acossado por um vendaval, as flores e os espinhos se universalizam, ganham os
bosques, as mesas de bares, as ruas, as praças públicas e adentram o mundo.
Difícil não é tirar os espinhos
das flores, difícil mesmo é afetar sua essência. E outra, amigo leitor e amiga
leitora, existe uma criança querendo nascer, existe uma mãe querendo amamentar
o seu filho, existe um ser humano que não pode perder a esperança que pode ser
visto como gente; ser gente.
Mas, por favor, não me digam,
amiga leitora e amigo leitor, que nunca leram este livro. E, por outro lado,
não recordo se o nome é humilhados e ofendidos ou ofendidos e humilhados; tão
pouco importa, porque o que importa mesmo é, no mínimo, termos o direito, a
liberdade de sonhar.
E parece tão pouco poder
sonhar...
E não é, pois, não se pode sonhar
com a barriga vazia, não se pode sonhar se a criança é vítima de aborto no
ventre e depois de nascida. Mas, por favor, amigo leitor e amiga leitora, não
me falem que nunca leram esse livro. Nele, existem príncipes e reis e rainhas e
existem os ofendidos e humilhados.
E todo ofendido e humilhado
carrega dentro de si um grito, um desejo, uma força: por isso, por favor, tirem
os espinhos, mas não mexam com a essência.
E agora, peço mais uma vez: por
favor, não me digam que não falei das flores....
Adenildo Lima
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