O meu livro de poemas 'A presa da cadela' (inédito), foi um dos Semifinalistas no Prêmio Guarulhos de Literatura, 4ª edição, 2020.
segunda-feira, 27 de julho de 2020
sábado, 11 de julho de 2020
Diego Ochs – em cantos de um lugar no tempo
O cantor e compositor Diego Ochs lançou o seu primeiro
álbum Tudo por fazer, em 2012 e, agora, em 2020, ou seja, oito anos
depois, vem à luz o segundo, titulado Quonde: cantos de um lugar no tempo.
Foto divulgação |
Diego Ochs, logo no seu
primeiro álbum, apresentou-se com maturidade como cantor e compositor, com
letras muito bem trabalhadas, onde, algumas, nos remetem à crítica contundente,
construída por meio de metáforas que dão vida, voz, aos personagens vistos pelo
olhar do outro à margem da sociedade, isto é, pessoas existentes no nosso dia a
dia, mas ignoradas como pessoa humana pela desumanidade do outro.
O álbum Tudo por fazer, ao meu ponto de vista, nasceu
clássico. Tem uma sonoridade suave, poética aos ouvidos; aliás, Diego Ochs,
quando ouvido pela primeira vez, nos faz parecer que já o conhecemos: no palco,
tem uma presença ímpar capaz de contagiar o público e, mesmo para alguém que
nunca tenha tido conhecimento do seu trabalho, ao ouvi-lo, fica com a impressão
que já o escutou em algum lugar no tempo.
Sim, Diego Ochs é um cantor que tem a facilidade de atingir
o que poucos artistas conseguem, o público em suas múltiplas facetas, quer seja
do jovem ao adulto, quer seja do popular ao erudito. E é por isso que foi
destacado no parágrafo anterior que o seu primeiro álbum já nasceu clássico, pois
as oito faixas se conversam entre si por meio da harmonia e das letras num tom
que nos leva a pensar, de forma respeitosa, a condição humana do outro, e isso,
sem importar a idade ou a instrução intelectual do ouvinte.
São críticas, algumas, com um tom de ironia, como fica visível na
música O cara, em parceria com Silvano Ozyrys, “Fosse eu o
cara / Seria forte e bonito /Não seria poeta / Seria um atleta ou talvez um
erudito”. Ou seja, num país como o Brasil, onde a arte é tão pouco
valorizada – e o poeta muito menos – o que importam mesmo são imagens criadas
dentro de uma fôrma, conforme exige o mercado; já o Ser Poeta, que importância
tem neste mundo fragmentado onde até o amor se dissolve? Porque como descreve a
letra da música Inverdade vos digo, “o amor não é a melhor coisa que
existe”.
E, infelizmente, temos que concordar que o amor não é a melhor
coisa que existe, pois nesses tempos de liquefação tão pouco ou quase nada
vale o amor. Mas, por outro lado, é possível encontrar um eu lírico que lamenta,
“Não diga que o amor se foi / Porque se o nosso amor se foi / Uma ferida que
há tanto dói / Vai se abrir numa chuva de ais.”; aliás, pensamos, um corpo
humano sem amor deixa de ser humano e passa a ser apenas um corpo, um fantoche.
Sim, claro, sabemos também que a crítica não é ao atleta ou ao erudito, mas sim
às múltiplas facetas construídas para serem vendidas no dia a dia como a melhor
coisa do mundo.
Aqui, destaco também, a música Farrapos, talvez ela seja a
mais forte, musicalmente falando, a letra faz um jogo de ritmos ao mesclar a
poesia do existir com a melodia cotidiana das ‘garotas de programa’, que ficam
em algum lugar da Avenida Farrapos, localizada na capital de Porto Alegre, no
Rio Grande do Sul, onde Diego Ochs nasceu. A harmonia e o ritmo de Farrapos
soam suave aos ouvidos: “Meninas em farrapos / Com seus trapos / Mostram o
seu ganha pão”, assim como mescla diversos nomes em um ritmo que nos remete
ao próprio existir, “Estela, Isabela, Florisbela, Conceição ou Geni”.
E, em um toque de mestre, o último nome dialoga com um dos
personagens mais conhecidos da Música Popular Brasileira, Geni, de Chico
Buarque.
Capa do álbum Tudo por fazer |
O álbum Tudo por fazer, onde o próprio Diego foi um dos
produtores musicais, é possível dizer que seja o alicerce de sua carreira
artística; inclusive metaforizado no próprio título, pois no mundo da arte o
artista sempre está por fazer alguma coisa a mais, e este é o segredo de se
manter existente, vivo, em movimento, neste mundo mágico que é o universo da
arte.
Sendo assim, Quonde: cantos de um lugar no tempo é, como
toda a obra de arte o é, a continuidade, nesse caso específico, do seu primeiro
álbum Tudo por fazer. Quonde foi lançado em junho, nas
plataformas digitais, ou seja, foi lançado num momento de pleno caos, onde o
mundo vive o vassalo da pandemia do coronavírus, mas, por outro lado, Diego
Ochs se apresenta no seu mais recente trabalho falando de amor, de amizade,
de esperança, falando do próprio existir, de forma poética, e não como muitos
poderiam esperar, um álbum denso.
Quonde não é um
álbum denso, assim também como Tudo por fazer não o é, mesmo tendo um
teor mais crítico, como já supracitado. Nesse novo trabalho Diego, que reside
na cidade de São Paulo já há um bom tempo, apresenta-se, em algumas músicas,
como se estivesse convidando-nos para conhecer um pouco da cultura do Rio
Grande do Sul. E isso é notado em Camomila, por exemplo, “Eu venho de um lugar tão longe / Onde
vigora a medicina popular / Eu venho de uma terra ao longe / Se tá doente usa
erva pra curar”.
Aqui, o artista se apresenta para
o público, por meio de sua narrativa de vida, como uma forma de dialogar com o
passado, em um diálogo que se faz com o presente e com os momentos vindouros. Assim, também, como na música titulada Serra, onde
discorre por lembranças de um passado recente: “Vem / Pega o caminho da Serra / E me encontra em Morungava
(Vem pela RS-020) / Passando por Taquara e São Chico / Iremos a Gramado ou a
Canela (Três Coroas, Nova Petrópolis...)”. E continua com um convite amigável: “Vem / Encontra
quem tu és / E sonha / Com os amigos que esperam / Do lado de cá.”
Ou seja, a música Serra, na verdade, é um convite aos
ouvintes para adentrarem o mundo particular do artista, existente nesses cantos
que se fazem concretos em algum lugar no tempo.
Capa do álbum Quonde |
O álbum Quonde, conta com uma produção musical muito bem
trabalhada, de Caio Balestra e Nan Marconato, com assessoria e direção vocal de
Andressa Lé, em parceria com o LéM7 Studio, na cidade de São Paulo. A
voz, os instrumentos, a letra; aliás, a música em sua composição final, está
harmônica, tudo em seu devido lugar, pronta para ser levada aos palcos,
resultado de um trabalho de produção que levou um pouco mais de dois anos.
E, ao falar em palco, é importante ressaltar que Diego Ochs
tem uma afinação, ao vivo, que não se diferencia de uma gravação em Estúdio.
Pode tranquilamente se apresentar com voz e violão, que o público, com certeza,
sairá em êxtase por ter vivido a epifania do momento musical. Porque todo o
momento artístico, quando dialogado com a plateia, faz com que ela se sinta
parte integrante do espetáculo; e é. Assim como o trabalho musical de Diego que
consegue fazer um elo harmônico com os ouvintes, ou com os presentes, quando
apresentado ao vivo.
A música que abre o álbum Quonde, titulada: Sem querer
eu quero, fala de um amor que parece discorrer pelas cordas do violão, e
percorre um caminho, movido por um sentimento, até o coração, ao fazer
despertar num eu lírico que se diz não querer senti-lo, mas que não consegue
reprimi-lo e, por isso, acaba se sentindo bem: Eu sei / É assim / Não quero
/Mas no entanto / enfim, está aqui..”. Ou seja, Sem querer eu quero
é uma canção que dialoga com experiências vividas por todos, pois, quem de nós
ainda não viveu um sentimento que, mesmo não o querendo, se sente bem ao tê-lo?
Mas, aqui, antes que eu chegue ao parágrafo final, quero dar um destaque especial para a música denominada Vinte e cinco.
Sim, claro, esclareço que vinte e cinco é apenas uma
metáfora usada pelo compositor para poder falar da existência humana, porque,
na verdade, “Este rosto magro não é o meu / Esta barba não fui eu quem quis
/ Estas mãos vazias ninguém me deu / Estes olhos tristes eu nunca vi / Mas sei /
Sou eu...”. E se formos pensar
filosoficamente, eu sou o outro. Então, este Eu visível nesta canção é a poesia
do existir de cada um de nós repleto de sonhos, empecilhos, vitórias, solidão e
batalha na jornada rotineira da vida.
E, ao falar em batalha, é importante enfatizar que a produção
musical foi muito feliz na composição harmônica dessa música: o ritmo nos leva
a um compasso como se estivéssemos numa guerra, numa luta cotidiana que, aqui,
é a luta para manter a sobrevivência, e isso vai de encontro com a letra e a
melodia do existir de cada ser humano, que se faz presente nessa canção.
Agora, caminhando para as palavras finais, é possível dizer que o
trabalho musical de Diego Ochs tem diversas influências – assim como
todo artista tem – mas, aqui, penso que seja importante destacar que a sua
maior influência, pelo menos ao meu ponto de vista, é Vitor Ramil,
cantor e compositor renomado, também nascido no Rio Grande do Sul. Mas, por
outro lado, esclareço que Diego tem estilo próprio, com identidade e
característica suas, pois uso a palavra influência apenas como uma forma de
referência.
Aliás, fica o convite para o público ouvir ou assistir o trabalho
de Diego Ochs e, assim, tirar suas próprias conclusões.
Atualmente, ele está com o show: passado, presente e futuro,
onde canta músicas do seu primeiro e do seu segundo álbum, e mescla com músicas
inéditas, ou seja, canções que poderão estar num futuro álbum.
Dito isso, desejo sucesso e força na caminhada ao cantor e
compositor Diego Ochs.
Avante...
Obervação: Os dois álbuns estão disponíveis nas principais plataformas digitais.
E para ouvi-los no youtube, clique nos linques abaixo:
Primeiro álbum: Tudo por fazer
Segundo álbum: Quonde - cantos de um lugar no tempo
quarta-feira, 1 de julho de 2020
Contos da Quarentena – Finalistas do Concurso da TV 247
O meu conto, que ficou entre os finalistas do Concurso "Contos da Quarentena" da TV 247, está neste lindo box.
Mais informações no site da Editora: Kotter Editorial
Mais informações no site da Editora: Kotter Editorial
"Esse livro reúne os melhores contos todos finalistas do grande Concurso de Contos realizados pela TV 247. São contos extraídos de um universo de 1.708 contos escolhidos por um júri coordenado por Sálvio Nienkötter que contou com alguns dos nomes mais proeminentes da literatura nacional, como Luiz Rufatto, Ricardo Aleixo e Marcos Pamplona, que julgaram os finalistas, sendo que a grande seleção dos finalistas foi realizada por Raul K. Souza, Daniel Osiecki e Marcos Pamplona. O nível literário ficou muito acima do esperado, podemos dizer que temos aqui representados grande parte dos mais finos contistas em atividade no Brasil.
A princípio seria publicado apenas um volume da antologia, devido à numerosa e qualidade dos contos, a caixa Contos da Quarentena reúne os volumes I, II e III (cada título em pré-venda separadamente)."
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