segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Folhas de relva

O importante da vida é amar, disso não tenho dúvida. Se eu amo Lílian? É claro que sim! Lembro cada segundo que estivemos juntos. Na primeira vez que nos encontramos, ela chegou acompanhada com duas amigas. Olhou para mim e disse: Prazer, Lílian. Igualmente, respondi. De relance ela me olhou com toda atenção e  perguntou: O que você estava lendo?  Um poema, falei. De quem? Walt Whitman, disse.

Seguimos caminho, foi possível perceber que ela não conhecia esse poeta. Sentiu vontade de perguntar, mas teve vergonha, acredito. Lílian tinha no olhar o acalento e um sorriso doce que me acolheram. Era sensual. E a beleza mais bela de uma mulher é ela saber ser sensual; é ela ser sensual. A sensualidade feminina transmitida através de sua linguagem corporal é um poema solto da página de um livro sendo levado pelo bailar do vento.

Entre uma conversa e outra, perguntou: Em que você acredita? No amor, falei. Ficou calada. Sem amor, Lílian, a vida não tem gosto, não tem sabor, o importante da vida é amar. Ela riu. E no seu riso tinha a felicidade transmitida através do encanto formado em sua face.

Sim, como posso esquecer Lílian?

Tudo foi tão maravilhoso entre nós. Depois do primeiro encontro nos encontramos mais umas cinco vezes. Recordo cada segundo, cada momento. Tenho guardado em mim a noite que dormimos juntos. O primeiro beijo transladado como se nossos corpos estivessem flutuando. Sim, o importante da vida é amar, disso não tenho dúvidas.

Sei que alguns falam que durou pouco tempo. Mas o que é o tempo? Quando se ama um segundo é a eternidade mais visível que podemos enxergar.

Sim, eu continuo amando Lílian, não importa o que aconteceu. Não importa se já não estamos mais juntos. O importante é que nos amamos enquanto estivemos juntos. O que importa é que aproveitamos cada sorriso, cada olhar. O que importa é que permitimos que além dos nossos corpos, as nossas almas se abraçassem e se amassem intensamente.

Percebe-se que se ama quando dois olhares se abraçam no silêncio mais íntimo da existência.

Adenildo Lima

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