sábado, 5 de março de 2016

Ofendidos e humilhados

Existe um jardim no olhar de cada ofendido e humilhado. As flores têm espinhos e essência. E quando um jardim é acossado por um vendaval, as flores e os espinhos se universalizam, ganham os bosques, as mesas de bares, as ruas, as praças públicas e adentram o mundo.

Difícil não é tirar os espinhos das flores, difícil mesmo é afetar sua essência. E outra, amigo leitor e amiga leitora, existe uma criança querendo nascer, existe uma mãe querendo amamentar o seu filho, existe um ser humano que não pode perder a esperança que pode ser visto como gente; ser gente.

Mas, por favor, não me digam, amiga leitora e amigo leitor, que nunca leram este livro. E, por outro lado, não recordo se o nome é humilhados e ofendidos ou ofendidos e humilhados; tão pouco importa, porque o que importa mesmo é, no mínimo, termos o direito, a liberdade de sonhar.

E parece tão pouco poder sonhar...

E não é, pois, não se pode sonhar com a barriga vazia, não se pode sonhar se a criança é vítima de aborto no ventre e depois de nascida. Mas, por favor, amigo leitor e amiga leitora, não me falem que nunca leram esse livro. Nele, existem príncipes e reis e rainhas e existem os ofendidos e humilhados.

E todo ofendido e humilhado carrega dentro de si um grito, um desejo, uma força: por isso, por favor, tirem os espinhos, mas não mexam com a essência.

E agora, peço mais uma vez: por favor, não me digam que não falei das flores....


 Adenildo Lima

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